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quarta-feira, 13 de julho de 2011

“Gigante” de 70 kg promete show no UFC Rio diante de americano experiente: “Não sabe o que te espera

Thiago Tavares encara Spencher Fisher em busca de nova apresentação de gala, Diego Ribas, do R7
Poucos profissionais podem dizer que foram precursores de algo em sua área. Tal status só se alcança quando o envolvido, além de ter sucesso reconhecido, serve de inspiração para novas gerações.

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Este é o caso de Thiago Tavares, de 26 anos, primeiro atleta de MMA do Estado de Santa Catarina. Hoje, além de Júnior Cigano, próximo de disputar o cinturão dos pesados do UFC, a região conta com eventos, academias e cada vez mais atletas despontando no cenário nacional.

- O engraçado foi quando todos meus amigos queriam ser médicos ou dentistas, e eu queria ser lutador de MMA em uma cidade onde não existia ninguém fazendo isso. De certa forma, já fiz e estou fazendo história lá. Quem sabe não sou o primeiro campeão do UFC de Floripa?

Com 15 vitórias e apenas quatro derrotas, “Thiaguinho” é um dos lutadores preferidos dos promotores do UFC por conta de seu estilo agressivo.

Peso-leve (70 kg) no tamanho, o atleta parece um gigante quando encara um oponente de respeito, já que, nas palavras do também lutador do UFC Fábio Maldonado, “é o maior gladiador do evento”.

- O nível é muito parecido, mas quando tu luta com alguém com nome, o UFC faz toda aquela mídia, tem aquela divulgação, então os dois têm muito a perder.

Seu próximo compromisso será no dia 27 de agosto, quando encara o americano Spencer Fisher no UFC Rio, fato que, de acordo com o catarinense, deve pesar de forma negativa para o rival.

- Ele não sabe o que o espera, na enrascada em que se meteu. Vai vir para o Brasil lutar comigo na frente da minha família, dos meus amigos...estou guardando algo muito especial para ele. Vocês vão ver um Thiago que vocês jamais viram.

Leia a entrevista a seguir e conheça um pouco mais do atleta que embora a pouca idade é um dos brasileiros em ação mais experientes no octógono americano

R7 – Thiago, quem assiste suas lutas tem a impressão que você se “agiganta” diante de oponentes de renome...
Thiago Tavares – Cara, que engraçado tu falar isso, senti isso a minha vida inteira, juro. Sempre quando eu vou lutar com alguém de nome, eu fico: “Cara, que bom!”. Porque o nível é muito parecido, mas quando tu luta com alguém que não é famoso, é mais complicado porque, apesar dele ser tão bom quanto tu, ele não tem nada a perder, e se eu ganho não fiz mais do que minha obrigação. Mas, quando tu luta com alguém com nome, o UFC faz toda aquela mídia, tem aquela divulgação, então os dois têm muito a perder.

R7 – E essa motivação extra começa desde os treinamentos?
Thiago Tavares - Olha, eu não preciso de motivação, meu sonho é o que me faz treinar 18 vezes na semana. Por isso, sempre vou fazer o que puder para vencer, mas, sinceramente falando, quando o adversário é de nome, é outra parada. Quando meu empresário me liga e diz que eu vou lutar com o Tyson Griffin ou com o Melvin Guillard...

R7 – Ou Spencer Fisher?
Thiago Tavares - Nossa, já penso nele lutando. Já vejo ele canhoto, eu chutando ele e botando para baixo. É outra situação, o Fisher já ganhou de lutadores como Thiago Pitbull, Caoul Uno, é outra história bater num cara destes. Não que vencer um cara menos famoso não seja, a vitória tem o mesmo valor, mas é outro gosto.

R7 – Até onde uma vitória no Brasil pode significar para a sua carreira?
Thiago Tavares – O Fisher é um cara com 27 vitórias, já enfrentou grandes nomes do MMA e já esteve perto do cinturão. Mas, hoje, ele não está tão bem no ranking. Ele não sabe o que o espera, na enrascada em que se meteu. Vai vir para o Brasil lutar comigo na frente da minha família, dos meus amigos...estou guardando algo muito especial para ele. Vocês vão ver um Thiago que vocês jamais viram.

R7 – Muitos dizem que o MMA está perto de explodir em popularidade no país. Você se imagina como um grande ídolo nacional?
Thiago Tavares – Seria o reconhecimento que qualquer profissional busca, a retribuição pelo trabalho bem feito. Sou o primeiro lutador de MMA de Santa Catarina e o único de Florianópolis no UFC. De certa forma, já fiz e estou fazendo história lá. Quem sabe não sou o primeiro campeão do UFC de Floripa?

R7 – O cenário para um lutador mudou muito neste últimos anos?
Thiago Tavares – Eu era uma criança quando comecei nas artes marciais, tinha apenas cinco anos. Mas peguei um pouco de preconceito, da época dos “pit boys”. Era uma criança fazendo aquela coisa taxada de marginal. Entrei no iu-jitsu com nove anos de idade, né? Mas hoje o profissionalismo é bem maior.

R7 – E foi muito difícil dizer para a família que queria ser um lutador profissional?
Thiago Tavares – Não, foi tranquilo. O mais engraçado mesmo foi quando todos meus amigos queriam ser médicos ou dentistas, e eu queria ser lutador de MMA em uma cidade onde não existia ninguém fazendo isso, nem no estado. Deve ser igual a querer jogar bola no Alasca, sei lá [risos]. Mas quando eu realmente me profissionalizei, o esporte já era mais concreto.

R7 – Você se lembra de quando teve certeza que queria ser lutador de MMA?
Thiago Tavares – A primeira vez foi com 9 anos, quando vi o UFC 1, ainda com o Royce Gracie. Com 12 anos eu lutei meu primeiro brasileiro de jiu-jitsu, fui vice-campeão, ali eu tive certeza que queria lutar. Via as lutas do Rickson e pensava: “Quero fazer isso, quero isso para mim”. É muito bom vencer, e perder também, tanto que aprendi muito neste campeonato. Vencendo, o cara se sente um leão, mas perdendo se aprende muito.

R7 – É verdade esta história de que se aprende mais na derrota então?
Thiago Tavares - Sem dúvida nenhuma. Quando tu ganha, um errinho passa despercebido, afinal tu ganhou, deu tudo certo. Agora, quando tu perde, tudo é revisto. Onde eu errei? Naquela noite que dormi pouco? Treinei errado? Parece demagogia, mas é real. A derrota é o que te ensina, infelizmente. Mas, por falar nisso, eu pretendo não perder mais, já aprendi bastante [risos].

R7 - Qual derrota mais dura e aquela em que você aprendeu mais no MMA?
Thiago Tavares – Eu aprendi muito contra o Matt Wiman. Nunca menosprezem ninguém. Naquela luta eu estava pensando no dinheiro que eu ia receber, nos bônus de melhor nocaute e de melhor luta. Senti ele fraco, frágil e dominei a luta. Depois tomei um soco e fui nocauteado. Ali no octógono existem dois homens, então qualquer um é capaz de vencer. A mais dura, acho que foi contra o Kurt Pelegrino. Não me lembro do primeiro round, passei ele todo no automático. No segundo round eu ganhei, e no último, dois juízes deram empate e um deu vitória para ele. Perdi de forma justa, na maior prova de superação da minha vida.

R7 – Quer mandar um recado aos seus fãs que te acompanham pelo R7?
Thiago Tavares - Gente, continuem torcendo por mim. Só penso nas pessoas que eu represento no octógono, no meu país e nos meus amigos. É uma honra representar vocês. E, para quem quiser saber mais sobre mim, siga o @tavaresmma. E, pessoal do R7, UFC Rio é Thiaguinho Tavares na cabeça.

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